quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Século 21 é colaborativo: Palestra do Gabeira

Aí vão as notas da palestra proferida pelo Gabeira no JPPS (URFJ) em agosto de 2010:

- A saída para a civilização é a colaboração e não a contradição como pregada pelos pensadores do século 20.

- A tendência da sociedade é jogar os riscos ambientais para as camadas mais pobres. A administração do risco ambiental deve ser democratizada.

- O Estado do Rio ainda não se descobriu como um estado petroleiro em termos de identidade. E isso implica em conflitos e contradições; das 59 espécies marinhas da nossa costa mais de 80% se encontram aqui.

- Antes de começar uma exploração de petróleo, deveria se fazer uma avaliação estratégica ambiental. Essa avaliação é diferente do impacto ambiental que é feito uma vez; esse processo, por sua vez, monitora continuamente o que você está querendo controlar. Não temos praticamente proteção para os nossos mares.

- Dependemos do petróleo e do turismo, então precisamos do oceano duplamente. O estado está numa situação delicada. Nossa visão (da sociedade) de mar é de um local de despejo: quando fazemos mergulhos pedagógicos na Baía de Guanabara, encontramos fogão, geladeira, etc.

- Ampliação das pesquisas para energias renováveis. Primeiro: tentar localizar na sociedade qual aspecto vai ser mais favorável depois que acabar o petróleo. Segundo: utilizar o dinheiro ganho com a exploração do mineral para investir em estudos de energia renovável.

- Agricultura do Rio não utiliza a tecnologia e conhecimento disponível para poder se modernizar.

- No mundo todo o conhecimento se volta para o calendário turístico. Hoje o turista não quer ir apenas a um lugar, eles querem aprender sobre o local. Querem conhecer a cultura, história, etc.

- Sou uma pessoa que cheguei à política, mas posso deixar de fazer isso. Não estou ‘agarrado’ a uma carreira. Tenho alternativas para ganhar a vida. Posso fazer trabalhos voltados ao estudo que vão me enriquecer intelectualmente muito mais.

- O governante brasileiro tem a cultura de usar o dinheiro público para virar história. Por isso é importante termos alguém no governo que não tem compromisso com a carreira política.

- Por que um Governo precisa de propaganda? Porque geralmente seus dirigentes são politicamente medíocres e dependem dos meios de comunicação para efetivamente sobreviverem.

- Na minha visão, o dinheiro dos royalties da exploração do petróleo deveria ser voltado para a educação e para a pesquisa. Ou seja, utilizar a exploração do petróleo para nos prepararmos na direção dos futuros saltos qualitativos do nosso estado.

- O Rio de Janeiro está se transformando no estado mais sujo do Brasil. Estamos avançando na siderurgia e produção de petróleo. É um problema do Rio querer copiar um modelo de desenvolvimento industrializado de São Paulo. Devemos ser um estado pós-industrializado. Serviços e Turismo. Mas hoje, contraditoriamente, está sendo preparado para a indústria pesada.

- Coloquei emendas parlamentares beneficiando cidades que eram governadas por oposições, mas que infelizmente não são aprovadas porque o governo direciona o apoio apenas para quem lhe interessa politicamente. É uma privatização da política. Clientelismo.

- Tivemos pequenos avanços como a aprovação da Ficha Limpa até chegarmos a um estado democrático ideal. É um caminho que temos de ir aos poucos corrigindo. A luta entre dois partidos que nasceram em SP, o PSDB e PT, é muito dura. Quem se elege tem de buscar os partidos clientelistas para governar. Então será sempre uma vanguarda do atraso. É difícil encontrar partidos que queiram marchar juntos apesar de suas divergências. Na verdade, não temos grandes divergências na política social e em muitos outros aspectos. Então porque não conseguimos que os partidos se apóiem em direção ao bem comum? 

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