Em momentos de crise, só a imaginação
é mais importante que o conhecimento
é mais importante que o conhecimento
(Albert Einstein)
Por Alvaro Nassaralla
Por ocasião do V Fórum Urbano Mundial¹, realizado em março de 2010 no Píer Mauá – RJ, tivemos acesso ao material desenvolvido pelo World Business Council Sustainable Development (WBCSD), intitulado “Adaptation: An issue brief for business” (Adaptação: Uma questão para os negócios) ².
De acordo com o relatório, “(...) deve-se dar o mesmo nível de importância tanto para a adaptação quanto para a mitigação. A adaptação não substitui a mitigação das emissões de gases de efeito de estufa. Pelo contrário, a adaptação e a mitigação precisam acontecer simultaneamente e de forma complementar”.
No documento, o WBCSD declara que, através de uma estratégia que combine a mitigação com a adaptação, pode-se reduzir a vulnerabilidade da população mundial da seguinte forma:
“- A mitigação das mudanças climáticas pela redução das emissões não irá proteger comunidades dos efeitos das mudanças climáticas, mas irá, em uma escala global, reduzir o risco e a magnitude das mudanças climáticas no futuro.
- A adaptação não irá reduzir a freqüência ou magnitude com a qual eventos climáticos ocorrem, mas irão proteger os negócios e a sociedade contra eventos tais como secas, furacões e inundações”.

No artigo Desastres naturais e prevenção, aqui no blog Política Sustentável Já, vimos o conceito de desastres naturais e vulnerabilidade. Agora não importa somente discutir se as mudanças climáticas são um efeito natural ou se são causadas pelos séculos de emissões de carbono na atmosfera.
O homem ocupou demais o planeta, expondo-se e aumentando a sua vulnerabilidade, e está sofrendo com as catástrofes naturais. É fundamental adotar políticas de prevenção para se minimizar os danos humanos e econômicos.
O IDS (Institute of Development Studies), um instituto que pesquisa países em desenvolvimento, lançou um estudo chamado Vulnerability, adaptation and climate disasters: a conceptual overview³ (Vulnerabilidade, adaptação e desastres naturais: uma visão conceitual). O relatório contém vários estudos de caso de países em desenvolvimento e traz basicamente as seguintes recomendações:
“• a mudança climática é uma ameaça séria e contínua para o desenvolvimento e irá adicionar encargos para os já pobres e vulneráveis;
• a análise da vulnerabilidade do clima deve ser incorporada de forma sistemática dentro de três principais políticas e nas estruturas institucionais relevantes para a adaptação: o desenvolvimento, ajuda humanitária e as alterações climáticas.
• estes três domínios devem ser mais diretamente ligados em termos políticos e institucionais. Em termos políticos, eles devem compartilhar um objetivo primordial: a redução das vulnerabilidades relacionadas às mudanças climáticas.
• vínculos institucionais e epistêmicos [o saber, o conhecimento] devem ser reforçados em torno do regime de mudanças climáticas, desempenhando o papel de um catalisador, o papel de ponte, com o objetivo de reorientar o desenvolvimento e ajuda humanitária para combater as causas estruturais das vulnerabilidades;
• As comunidades devem ter um papel central na condução de análises de vulnerabilidade e o apoio institucional deve ser fornecido para apoiar as suas agências nos esforços de implementação para aumentar as suas capacidades para a adaptação”.
A boa notícia
As adaptações não podem ser vistas como um infortúnio e, sim, como geradoras de novas possibilidades, novos empreendimentos, o surgimento de novas profissões para promover e aplicar as adaptações.
O ser Humano vem se adaptando desde que as civilizações floresceram. É claro que o desafio que se impõe agora é o maior pelo que a humanidade já passou. Vamos ter de encará-lo e não ficar empurrando para debaixo do tapete.
Temos de cuidar para não cairmos no alarmismo. De outra forma, temos de promover uma rápida sensibilização da população, dos governos e dos empresários para a necessidade de estabelecermos políticas de adaptação.
Como vemos, temos muito trabalho. Só não podemos esperar as tragédias ocorrerem para começarmos a pensar e agir em termos de adaptação e mitigação das emissões.
A boa notícia é que o brasileiro é criativo por natureza. Podemos sair na frente!
Fontes e referências:
¹ V Fórum Urbano Mundial
Realização: ONU-Habitat e Governo do Brasil
http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Home.aspx
² Adaptation: An issue brief for business (Adaptação: Uma questão para os negócios)
Publicado por: World Business Council Sustainable Development (WBCSD) - 2008
³ Vulnerability, adaptation and climate disasters: a conceptual overview - Policy recommendations for climate change adaptation - IDS Bulletins - Vol 36 No 4
Autores: F. Yamin; A. Rahman; S. Huq
¹ V Fórum Urbano Mundial
Realização: ONU-Habitat e Governo do Brasil
http://wuf5.cidades.gov.br/pt-BR/Home.aspx
² Adaptation: An issue brief for business (Adaptação: Uma questão para os negócios)
Publicado por: World Business Council Sustainable Development (WBCSD) - 2008
³ Vulnerability, adaptation and climate disasters: a conceptual overview - Policy recommendations for climate change adaptation - IDS Bulletins - Vol 36 No 4
Autores: F. Yamin; A. Rahman; S. Huq
Publicado por: Climate Change and Disasters Group, Institute of Development Studies, Sussex, UK, 2005