quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ligar a ciência ao homem comum e o homem comum à ciência


* Apresentamos abaixo um resumo da matéria “Por uma expansão global do conhecimento”, de José Monserrat Filho, publicada na revista ECO21 (fev/2009).

Resumo

Muitos acreditam que o conhecimento é a chave para a solução de muitos dos desafios que a humanidade já está tendo de lidar em relação ao aquecimento global e a redução da pobreza no mundo.

Acreditando nisso, a União Européia publicou em 2009 os resultados de uma pesquisa da percepção pública quanto à ciência e a pesquisa científica.

Uma grande conclusão foi alcançada: a população acredita na ciência como um caminho para o progresso e há um consenso de que o continente tem de investir de uma forma planejada na pesquisa científica.

Os europeus reagiram de modo positivo:

- aos avanços nas áreas médica e farmacêutica,
- à procura de solução para os problemas energéticos, ambientais e climáticos,
- criação, inovação e aperfeiçoamento de produtos capazes de facilitar as tarefas cotidianas.

Eles reagiram de modo preocupado com pesquisas científicas e experiências:

- com animas,
- sobre células-tronco,
- sobre biocombustíveis.

Ainda, como preocupações sérias, apareceram:

- o risco das manipulações genéticas, dos organismos geneticamente modificados (OGM),
- as ameaças à saúde
- as mudanças climáticas e
- o uso da ciência para fins bélicos, as armas de destruição em massa (principalmente as nucleares e químicas).

Outro item em que a pesquisa encontrou resultados positivos é a necessidade de maior divulgação científica. É fundamental integrar a pesquisa científica com a população, ampliando o acesso às informações, assim como aperfeiçoar os mecanismos de coordenação e difusão de informações.

O conhecimento de nosso tempo está ainda calcado em especificidades, e o desafio é alcançar a multidisciplinaridade na produção de conhecimentos, relacionando e interligando as “áreas” do conhecimento.

A revista chama a atenção para o texto “Por um saber sem fronteiras”, de Sérgio Paulo Rouanet, filósofo e ex-diplomata: 
“É preciso que haja uma inflexão, a passagem para uma etapa em que o homem volte a ser sujeito do processo de geração e aplicação do conhecimento. A mutação que pretendemos deverá devolver ao homem a capacidade de ter uma visão de conjunta das atividades técnico-científicas, sem o que a democracia seria substituída pela logocracia”.
Nós, da Pensamento Ecológico, acreditamos que devemos lutar para que o conhecimento não obtenha o status de poder sobre as necessidades humanas, tornando-se uma ditadura do conhecimento. Por isso, atentamos para o risco de que as pesquisas científicas sejam dirigidas a interesses puramente econômicos.

Para concluir, reproduzimos a citação de Rouanet contida no texto da Eco 21: 
“A própria sobrevivência da democracia depende da capacidade dos cidadãos de reassumir algum controle sobre os rumos da ciência, pois de outro modo haveria o risco de que uma ciência cada vez mais esotérica e menos inteligível para o homem comum, cada vez mais comprometida com o complexo industrial-militar, cada vez menos sensível aos riscos ecológicos que pesam sobre o Planeta, usurpasse o poder decisório que numa sociedade democrática só pode ser exercida pelo povo soberano”.
Link para o texto original de "Por uma expansão global do conhecimento científico"http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=1924

2 comentários:

  1. Prezado Verde,
    Seu blog VERDE é muito interessante, e possui reportagens que deveriam ser divulgadas todos os dias na TV/RÁDIO...
    Muito bom!
    Parabéns!
    Vou divulgá-lo no meu blog de ECOPEDAGOGIA: www.bela-ecopedagogia.blogspot.com
    Abraços ecológicos/Atenciosamente/Luciana Ribeiro de Brasília.

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  2. Obrigado Luciana,

    Vou adicionar o Ecopedagogia no meu roll de blogs!

    Saudações Verdes

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